Carol
- Arquivo Sáfico
- 16 de set. de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de fev.

Título: Carol
Ano: 2015
País: EUA, Reino Unido, Austrália
Género: Drama, Romance
Realização: Todd Haynes
Escrita: Phyllis Nagy (roteiro), Patricia Highsmith (Romance)
Sinopse:
Therese trabalha numa loja em Manhattan. Quando conhece Carol, uma mulher sedutora presa a um casamento fracassado, surge uma ligação entre ambas e acabam por se envolver. A relação das duas é descoberta e o marido de Carol retalia, pondo em causa a sua competência como mãe. Carol e Therese fazem-se à estrada, deixando para trás as suas respetivas vidas. Um confronto vai colocar à prova as convicções de cada mulher sobre si mesma e o compromisso para com a outra."
Considerado por muitas o melhor filme lésbico de sempre, assumo uma opinião minoritária em que confesso que estava à espera de mais. Foi um dos filmes sáficos mais divulgados de sempre, a par com o La Vie d'Adèle. Muito se falou deste filme, tendo-se afirmado até que seria o "Brokeback Mountain" lésbico, e assim que saiu nos cinemas lá fui eu feliz e contente ao El Corte Inglés (provavelmente a uma terça-feira, para aproveitar o desconto Yorn 😂), cheia de expetativas.
Foram expectativas a mais... Prometeram-me um Brokeback Mountain lésbico e não me parece que tenham cumprido. A química entre as personagens não me convenceu e as dinâmicas de poder na relação pareceram-me algo problemáticas. Fiquei com a sensação de que a Therese era uma jovem inexperiente que vê uma mulher mais velha e mais madura que a atrai e à volta de quem começa a rotacionar, mas não percebi bem se a Carol gostava efetivamente da Therese ou se simplesmente achou piada à atração e gostou mais da atenção que teve da mais jovem, que a fez sentir no controlo da sua vida novamente, por poder controlá-la a ela.
A Therese aborreceu-me, personagem demasiado apagada e algo distante, não criticando a atuação de Rooney Mara que esteve ótima. A Carol irritou-me, apesar de estar deslumbrante e da atuação da Cate Blanchett estar perfeita. O ritmo do filme em si também não me agradou, mas não sei explicar bem porquê... acho que o desenrolar da relação das duas poderia ter sido melhor construída. 🤔Por vezes, deu a sensação de que não aprofundaram mais para não ferir suscetibilidades. No final, ficou a sensação de que faltou mesmo alguma coisa.
É possível que se o vir uma 2ª vez goste mais e tenha uma opinião do filme melhor do que a que tenho agora. Coisas boas, desde já... a fotografia, visualmente deslumbrante, elenco de renome e atuações excelentes, apesar de achar que houve falta de química/proximidade entre as personagens, talvez por imposição e não por falta de talento em criá-la.
De qualquer maneira, fico muito contente com a existência deste filme, com a divulgação que dele foi feita, com o orçamento disponibilizado, com a excelente qualidade da produção e das atuações, com os nomes sonantes, a fotografia incrível, com a forma como foi recebido pela crítica e pelo público e com a quantidade de prémios e nomeações que recebeu. Um marco importante no "cinema lésbico/sáfico" e na representatividade/visibilidade da comunidade lésbica/bissexual.
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