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O meu filme lésbico preferido é uma série

  • Foto do escritor: Arquivo Sáfico
    Arquivo Sáfico
  • 11 de ago. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de jul.

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Quando penso em qual será o meu filme lésbico preferido, antes de qualquer filme, vem-me à cabeça a série tipping the velvet, logo seguida da série fingersmith.


São minisséries, com dois ou três episódios, dependendo da versão, que, como sempre vi seguidos, sempre me souberam a filmes.


Já não me lembro como as descobri, nem tenho a certeza de qual vi primeiro. Creio que foi tipping the velvet, creio que à procura de séries lésbicas e por algum motivo (terá sido a capa? terá sido a sinopse?) descarreguei e vi esta. Sei que foi em 2015. E depois de ver e ter gostado tanto fui à procura de mais informações, que me levaram a descobrir que era baseada num livro, de uma escritora lésbica, Sarah Waters, que tinha mais livros, que tinham mais séries e mais filmes.


Este post é sobre as minisséries baseadas em livros de Sarah Waters.


Conhecem?


Aqui vão:

Ano: 2002

Canal: BBC

País: Reino Unido

Género: Drama, Romance

Escrita por: Andrew Davies (Roteiro), Sarah Waters (Romance)

Realizador: Geoffrey Sax



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Sinopse: A jovem Nan Astley, nascida e criada numa pequena localidade do litoral da Inglaterra, fica fascinada ao assistir ao espetáculo musical da atriz e Drag King Kitty Butler e passa a acompanhá-la nos restantes espetáculos, saindo da sua pequena localidade para a glamorosa Londres da época vitoriana. A partir daqui, embarcamos numa jornada de autodescoberta de Nan, acompanhando os sucessos e insucessos da sua nova carreira de vedeta do music-hall e os seus amores e desamores por outras mulheres, ao longo de vários anos.




Minissérie de três episódios baseada no romance homónimo de Sarah Waters, de 1998. (Foi lançada uma edição portuguesa deste livro, pela Editorial Bizâncio, em 2002, com o título "Toque de Veludo").


É uma excelente minissérie, não se limitando a mostrar um romance entre duas mulheres. Tem um roteiro verdadeiramente trabalhado , com espaço para drama, romance, comédia, aventura e uma história que transcende a orientação sexual das personagens, sem deixar de a representar. Recomendo tanto a série como o livro.


A especialidade do restaurante dos pais de Nan são as ostras da região. Sabiam que existe um Dia Mundial das Ostras? Foi no domingo passado, dia 5 de agosto. 😁


A ostra é um molusco comummente usado como referência a sexo oral a mulheres (e entre mulheres), o que também nos remete para o nome desta série (e livro) pela expressão "tipping the velvet", sinónima de "cunnilingus" (aka sexo oral em vulvas). Tipping The Velvet seria traduzido para português para a famosa expressão "lamber carpetes", que não terá tanta classe como a inglesa... sendo, de facto, preferível o título escolhido de "Toque de Veludo", na edição portuguesa do livro.

Mas passemos de uma expressão para outra: Fingersmith


Na era vitoriana, "fingersmith" era gíria para carteirista ou pequeno ladrão. O termo é um jogo de palavras, comparando a habilidade de um ladrão em usar os dedos para roubar às habilidades de outros "smiths"/ferreiros (smith ou blacksmith = ferreiro, goldsmith = ourives, finger = dedo, fingersmith = dedo de ferreiro?).


E neste jogo de palavras e de habilidades com as mãos, Fingersmith é um excelente título para um livro lésbico...

Ano: 2005

Canal: BBC

País: Reino Unido

Género: Crime, Drama, Romance

Escrita por: Peter Ransley (Roteiro), Sarah Waters (Romance)

Realizadora: Aisling Walsh

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Sinopse: "Londres, 1861. A jovem órfã Sue Trinder toma parte de um plano para dar um golpe na rica herdeira Maud Lilly. Mas as intenções do aristocrata Richard Rivers vão por água abaixo quando surge uma forte ligação entre Sue e Maud. Adaptação da BBC do livro de Sarah Waters."




Tal como Tipping The Vevet, Fingersmith é uma minissérie da BBC de 3 episódios, ou uma espécie de filme de 3 partes, baseada num Romance de Sarah Waters. Em algumas versões a série foi dividida em duas partes (o conteúdo é o mesmo), e foi esta versão que eu vi. Uma parte da história é contada do ponto de vista da protagonista Sue e a outra do ponto de vista da protagonista Maud.


Sue é a "fingersmith" da história, a "pequena vigarista", com talento para roubar ou talentosa com os dedos no geral... 🌈👩‍❤️‍💋‍👩


O título da série não foi traduzido em Portugal (não foi lançada em Portugal), mas a tradução que fizeram do título do livro para "Falsas Aparências" resume bem o enredo. Quem não tenha lido o livro provavelmente ficará surpreendida com a série! Entra nas minhas favoritas.


A história de Fingersmith também foi adaptada a filme, em 2016, com o título "A Criada", realizado por Park Chan-wook (Oldboy).

Nos próximos posts, podem ver a bibliografia completa de Sarah Waters e as respetivas adaptações.



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