Poemas de cabeceira
- Arquivo Sáfico

- 4 de ago de 2018
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de jun
Se clicaram no link do livro "A Arte do Amor entre Mulheres", que disponibilizei no post anterior, na sinopse aí constante viram que:
"Os Livros de Cabeceira constituíram, ao longo dos séculos, uma oferta tradicional que era trocada entre amantes: o seu nome provém das cabeceiras japonesas de madeira lacada, dentro das quais estas obras de instrução e diversão erótica, com pequenas mas convenientes dimensões, eram habitualmente guardadas".
Neste post quero-vos deixar alguns dos versos que constam deste livro de cabeceira:

22
Noites Loucas - Noites Loucas
Eu contigo
Noites Loucas deveriam ser
A nossa Luxúria!
Remando no Éden
Ah, o Mar!
Quem me dera ancorar - Esta noite -
Em Ti!
- Emily Dickinson (f. 1886)
Poema 249

25
A alegria de um noivo ou de um conquistador da coroa
Não podem ser comparadas à minha:
Eles não têm se não pedaços da terra,
Eu tenho o mundo inteiro em ti.
Por isso deixa as nossas chamas continuarem acesas e a brilhar
E não controles nenhum falso medo
Tão inocente como o nosso desígnio
Imortal como a nossa alma.
- Katherine Philips
«À minha querida Lucasia», 1661
29

Cabeça dourada ao lado de cabeça de ouro
Como dois pombos num ninho
Aninhados nas asas um do outro,
Descansam na sua cama velada.
Face contra face e peito contra peito
Enlaçadas, num só corpo.
Sentiste a minha falta?
Vem beijar-me,
Não te impressiones com as minhas contusões,
Abraça-me, beija-me, suga os meus sucos,
Espremidos para ti de frutos de duende,
Polpa de duende e gotas de duende
Come-me, bebe-me, ama-me;
Laura, faz de mim o que quiseres.
- Christina Rossetti
Mercado dos Duendes, 1859

63
Amiga da minha vida! Sempre que os meus olhos
Repousam com surpresa súbita e grata
Nas paisagens de terra e ar da natureza
Sublimemente grandiosa, ou docemente bela,
Quero-te, Mary!
E Quando chegam as noites de Inverno
Junto à nossa lareira alegremente aconchegadas
Com a nossa querida Rapariga de Rembrandt, tão morena,
A sorrir-nos serenamente,
Quero-te, Mary!

Doravante, quando a maré descer lentamente,
E a idade esgotar a minha força e orgulho,
E os olhos fracos e a mão trémula
Deixarem de obedecer ao comando da minha alma,
Quero-te Mary!
Porque, oh! Se depois das portas da Morte
Se abrirem para mim as Desconhecidas
Alegrias Imortais que são concedidas aos anjos
Nas alturas sagradas do Céu,
Quero-te, Mary!
- Frances Power Cobb (f. 1904)
Poema, 1873
O livro tem mais poemas, quadros e outros excertos e pode ser adquirido AQUI.









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